terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Universidade Paulista-UNIP





Semântica e Pragmática
Diário de leitura













São Paulo
2015

Universidade Paulista-UNIP
Cássio Caio Umbelino da Cruz-C57050-8





Semântica e Pragmática
Diário de leitura



Proposta de atividade veiculada à disciplina de Semântica e Pragmática realizada em 17/10/2015, pelo aluno Cássio Caio Umbelino da Cruz com orientação da professora mestre Déborah Gomes de Paula e sob a coordenação da professora doutora Joana Ormundo.




São Paulo
2015









Semântica e Pragmática
Diário de leitura















CRUZ, Cássio Caio Umbelino da. Diário de leitura: RUSELL, Bertrand. 
A conquista da felicidade. ”inveja” (2012).
 Orientado pela professora mestre Déborah Gomes de Paula. São Paulo:
 Universidade Paulista-UNIP, 2015.
00 páginas

PROPOSTA DE ATIVIDADE VEICULADA À DISCIPLINA DE SEMÂNTICA
 E PRAGMÁTICA.

1-Autorretrato 2- família 3-A conquista da felicidade

 

 


20/10/2015
Autorretrato



“É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer, porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo. ”


Clarice Lispector LISPECTOR, C. Perto do coração selvagem. 9 ed. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira.1980. 11 p.


21/10/2015
A conquista da felicidade

A capa do Livro “A conquista da felicidade” de Bertand Russell não me chamou muito a atenção, o título sim. Ao ler o título, logo pensei no filme “O Segredo” que é um filme que revela um segredo guardado por milhares de anos. Por um momento fiz essa relação, mas que ao ler o livro notei ser bem diferente. Relacionei também com o livro O Monge e o Executivo, que li quando fazia faculdade de Educação Física. Por ser um livro tão conhecido por muitos e desconhecidos por mim, achei que seria algo bem chato, só que estava bem enganado.
Ainda não comecei a leitura, mas creio que seja uma leitura bem difícil, pois trata-se de textos que foram escritos por um filósofo. E com uma linguagem diferente da que estou acostumado a ler.







22/10/2015
INVEJA

Substantivo feminino
1) desgosto provocado pela felicidade ou prosperidade alheia.
2) desejo irrefreável de possuir ou gozar o que é de outrem.


O livro de Russel é dividido em temas considerado por ele a base para se conquistar a felicidade.
Ao receber o tema Inveja que foi sorteado pela professora Débora, pensei o quanto as pessoas são invejosas. Umas têm uma inveja tão ruim, que chegam a fazer mal, outras têm uma inveja “boa” que chega a fazer mal para si mesmo. Este pensamento foi seguido pela lembrança de uma música do Cartola, que gosto bastante. Cito abaixo a letra

As Rosas Não Falam

Bate outra vez
Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão enfim

Volto ao jardim
Com a certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar para mim

Queixo-me às rosas, mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti

Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E, quem sabe, sonhavas meus sonhos
por fim


Ainda não comecei a ler o texto de Russel, mas confesso que estou curioso.



28/10/2015
Enfim, lendo!
Comprei o livro que foi proposto para a realização desta atividade. Chegou hoje. Comecei a ler e fiquei surpreso.
De início uma frase me chamou atenção no livro “(...) a inveja é uma das paixões humanas mais universais e mais arreigadas (...)”. Lendo essa frase, parei e refleti que a inveja é um sentimento que está em todo lugar. É causadora de tantos conflitos e até mortes. Logo me lembrou o que vêm ocorrendo no mundo, onde as pessoas movidas por ideais religiosos, matam os outros pelo simples fato de não serem da mesma religião. É algo bastante assustador e inacreditável. Isso me remeteu a música Freedom do cantor Pharrell Williams e ao poema a Rosa de Hiroshima

Rosa de Hiroshima

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa, sem nada




29/10/2015
De educação acho que entendo.

Impossível ler as frases deste livro e não pensar em nada ou deixar de fazer alguma associação. Bertrand Russell dia “(...) todo aquele que cuida de crianças deve observar uma justiça, distributiva, rígida e invariável (...)”
Na hora, me lembrei de quando era inspetor de alunos em escola pública. Sempre tentei tratar todos de forma igual, mas nem sempre consegui. E as crianças percebiam isso e se revoltavam. Era algo que não entendia, só depois de ler o livro pude ter essa consciência.




30/10/2015
Ter ciúmes é f$#@!
No capítulo sobre a inveja, Bertrand Russel conceitua o ciúme como “uma forma especial de inveja”. Oque intrigou é o termo ‘forma especial’. Seria por que as pessoas que sentem ciúmes o fazem por gostarem demais do outro?
Vejo o ciúme como algo doentio, não como uma ‘forma especial de inveja’, porque devido a eles, as pessoas são capazes de coisas terríveis. Mas vale lembrar que as pessoas acham certos tipos de ciúmes “bonitinhos”, que é porque gostam demais da pessoa amada. As pessoas são, na verdade, levadas pela emoção aflorada e com isto sentem o tal ciúmes, podendo ser altamente destrutivo.



31/10/2015
Os olhos entregam
Um trecho que também me chamou atenção, é que as pessoas avaliam o outro antes mesmo de conhece-lo. No livro o autor falar da avaliação que as mulheres fazem com que está bem vestida. O tempo todo as pessoas estão avaliando as outras e com o olhar entregam essa ação. Chega a ser algo absurdo.
A maneira como avaliamos o outro, seja por inveja ou qualquer outro motivo, faz com que a gente perca a chance de conhecer e/ou saber mais sobre o outro. Recordo-me de uma avaliação que as pessoas fazem ultimamente, que é estereotipar que todas as mulheres devem ter cabelos lisos. Algo completamente retrógrado.

 



Cabelo (Gal Costa)

Compositor: Arnaldo Antunes, Jorge Ben Jor
Cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelada
Cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelada
Quem disse que cabelo não sente
Quem disse que cabelo não gosta de pente
Cabelo quando cresce é tempo
Cabelo embaraçado é vento
Cabelo vem lá de dentro
Cabelo é como pensamento
Quem pensa que cabelo é mato
Quem pensa que cabelo é pasto
Cabelo com orgulho é crina
Cilindros de espessura fina
Cabelo quer ficar pra cima
Laquê, fixador, gomalina
Cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelada
Cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelada
Quem quer a força de Sansão
Quem quer a juba de leão
Cabelo pode ser cortado
Cabelo pode ser comprido
Cabelo pode ser trançado
Cabelo pode ser tingido
Aparado ou escovado
Descolorido, descabelado
Cabelo pode ser bonito
Cruzado, seco ou molhado





01/11/2015
A inveja mata

“(...) Entre todas as características da condição humana normal, a inveja é a mais lamentável; (..)”
Que frase forte!
Isso me remeteu a algumas pessoas que conheço e que fazem de tudo para se dar bem. Quanto mais elas têm, mais querem. E não importa o que farão para alcançar o que querem.
Isso é bem visível no ambiente profissional, no qual as pessoas não podem se sobressair, que logo os invejosos farão algo para, segundo eles, estar melhor. No fundo, sinto pena de pessoas assim, porque uma hora a casa cai e tudo que aqui se faz, aqui se paga. Se plantou o bem vai colhê-lo, se plantou vento vai colher tempestade.
Abaixo uma parte da história da Bíblia dos irmãos Caim e Abel:
“ De acordo com as escrituras, naquele tempo, eles praticavam atos de adoração ao Senhor sacrificando parte de suas produções. E toda vez que faziam a oferta ao Senhor, Este agradava das que Abel oferecia e não se agradava das ofertas de Caim. Isso se justifica pelo fato de que Abel oferecia as primícias, ou seja os primeiros e melhores frutos para serem dedicados a Deus, indicando o coração voltado a Ele, colocando o seu Senhor em primeiro lugar. Em seu caso, a melhor ovelha. Enquanto Caim oferecia o que restava da colheita, o que tornou seu ato de ofertar ao Senhor como um ato de formalidade, um ato sem importância. O resultado disso foi que o Senhor agradou da oferta de Abel e não se agradou da oferta de Caim.
Não bastasse colocar o Senhor em segundo plano, a história relata que Caim invejou o irmão, vindo a fazer aquilo que seria o primeiro homicídio: Caim matou Abel. “E falou Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim contra o seu irmão Abel, e o matou” (Gn 4:8)
Em seguida, o Senhor fala diretamente a Caim, e o repreende: “E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra. E agora maldito és tu desde a terra, que abriu a sua boca para receber da tua mão o sangue do teu irmão. Quando lavrares a terra, não te dará mais a sua força; fugitivo e vagabundo serás na terra” (Gn 4,10:12).
Em vista disso, Caim admite sua condenação e responde ao Senhor: “Então disse Caim ao Senhor: É maior a minha maldade que a que possa ser perdoada. Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua face me esconderei; e serei fugitivo e vagabundo na terra, e será que todo aquele que me achar, me matará” (Gn 4, 13:14).”
Fonte:  http://www.infoescola.com/biblia/caim-e-abel/





02/11/2015
Mais admiração e gentileza!
Ao ler que a admiração compensa a inveja, percebo que nem tudo está perdido.
A admiração é o oposto da inveja.
Admirando você amplia seus horizontes e conquista seus objetivos da maneira mais simples. Todo mundo admira algo ou alguém. O que torna a admiração diferente da inveja é a maneira como cada uma opta para obter seus méritos.  Lembrei da página do Facebook Gentileza Gera Gentileza (https://www.facebook.com/gentilezagera) e da música Gentileza de Marisa Monte.





03/11/2015
“Felicidade é estar contigo todo dia ...”


Com este trecho da música do cantor Seu Jorge, começo a escrever essa parte. Lendo este capítulo pude perceber que o autor mostra os lados positivos e negativos da inveja de uma forma bem direta.
A felicidade, segundo o autor é “o único remédio contra a inveja”. Concordo, porque a felicidade é algo que acaba com qualquer coisa negativa. Onde há felicidade não tem espaço para coisas fúteis e negativas. A felicidade incomoda bastante, ainda mais se a pessoa é frustrada.




04/11/2015
A inveja vicia?


Eis uma pergunta que talvez não saiba responder com tanta convicção. O autor diz o contrário “a inveja é um vício em parte moral e em parte intelectual, que consiste em nunca ver as coisas como elas são, sem compará-las com outras (...)”
Talvez ele tenha razão em suas colocações, mas fico pensando que a inveja só vicia se a pessoa não tiver moral nenhuma. Se for realmente alguém sem caráter e predestinada a ser assim. Creio que não seja possível uma pessoa que tem uma boa educação e índole seja tão invejosa a ponto de ficar comparando o que tem com o que o outro tem. Posso estar enganado, mas isso já é da pessoa, vem com ela e com o tempo é desenvolvido.
Isso me lembra as telenovelas, que retratam irmãs gêmeas que são separadas na maternidade, vivem vidas distintas e quando se conhecem, uma quer viver a vida da outra por inveja, como é o caso da USURPADORA.


   


05/11/2015
A mediocridade
Se tem algo que não vale a pena na vida, é viver na mediocridade ou com pessoas medíocres. No capítulo, acho que o autor se contrapõe quando fala sobre injustiça, citando que alguém que ganha um salário suficiente e fica sabendo que tem outra pessoa, sem nenhuma diferença, ganha o dobro. Logo essa pessoa sente “inveja” porque o outro ganha mais. Penso que não seja “inveja” propriamente dita e sim ambição por algo melhor.
Ninguém merece viver medianamente, sendo que tem a chance de melhorar.







06/11/2015

Instinto de sobrevivência

Nossa! Ler esse livro é sensacional. Em um capítulo pude relacionar várias coisas. Isso é muito bacana.
O autor diz que “a inveja está extremamente associada à competição”. Não discordo, pelo contrário. A competição é o que motiva as pessoas. Tem pessoas que são extremamente competitivas e fazem disso um extinto de sobrevivência. Talvez essas pessoas sejam realmente invejosos mas se não prejudicam ninguém, penso que isso não é tão ruim.

  


  
07/11/2015
A guerra

 A inveja é a causadora de grandes conflitos.  As grandes civilizações e nações por sentirem inveja umas das outras entram em guerra. Atualmente as religiões têm sido alvo dessa discórdia entre países. Temos visto que a intolerância religiosa tem destruído a vida de pessoas, em sua maioria inocentes. Me pergunto, o porquê disso? Até quando as pessoas vão brigar, invejar, odiar a religião alheia?  Essas perguntas, talvez, não sejam respondidas nunca.





“ Nos deram espelhos e vimos um mundo doente” (Índios – Renato Russo)


08/11/2015
A disputa pelo poder


  
A frase acima, intitula muito o que vivemos atualmente. As relações de poder é um fator decorrente da inveja. A disputa pelo poder constrói a democracia. Pelo poder as pessoas são capazes de coisas inimagináveis.

Pra variar estamos em guerra 
Você não imagina a loucura
O ser humano tá na maior fissura! ” 






09/11/2015
O pecado do preconceito

Analisando o capítulo, me venha à tona a malevolência que as pessoas têm contra aquilo que é diferente. Em pleno século XXI tem gente que expressa o pecado do preconceito. Digo pecado, porque é algo que fere profundamente o outro. Quem pratica preconceito, não tem noção das marcas que ficarão no outro. As pessoas têm de ser livres para fazerem o que quiserem, escrever sua própria história, sem medo de ser feliz ou reprimido. Penso que as pessoas reprimem o outro por sentirem inveja, por não poder fazer o que o outro foi e é capaz de fazer.






 10/11/2015
Desfrute a vida

Para poder conviver harmoniosamente com todos, o mundo precisa de amor. Viver a vida ao máximo, desfrutá-la sem medo de ser feliz. Independentemente de como, com quem e onde seja.
Ao ler o capítulo do livro, pude refletir que a vida é muito mais do que a gente imagina. Que todos os percalços que passamos, são necessários para nosso aprendizado. Que quem aproveita a vida, não tem tempo para outras coisas





sexta-feira, 27 de novembro de 2015


Auto Retrato

Era uma vez, mas eu me lembro como se fosse agora, eu queria ser trapezista. Minha paixão era o trapézio, me atirar lá do alto na certeza de que alguém segurava minhas mãos, não me deixando cair. Era lindo, mas eu morria de medo. Tinha medo de tudo quase, cinema, parque de diversão, de circo, ciganos, aquela gente encantada que chegava e seguia. Era disso que eu tinha medo, do que não ficava para sempre. Era outra vez, outro circo, ciganos e patinadores. O circo chegou a cidade era uma tarde de sonhos e eu corri até lá. Os artistas, eles se preparavam nos bastidores para começar o espetáculo, e eu entrei no meio deles e falei que eu queria ser trapezista. Veio falar comigo uma moça do circo que era a domadora, era uma moça bonita, forte, era uma moçona mesmo. Ela me olhou, riu um pouco, disse que era muito difícil, mas que nada era impossível. Depois veio o palhaço Poli, veio o Topz, veio o Diverlangue que parecia um príncipe, o dono do circo, as crianças, o público. De repente apareceu uma luz lá no alto e todo mundo ficou olhando. A lona do circo tinha sumido e o que eu via era a estrela Dalva no céu aberto. Quando eu cansei de ficar olhando para o alto e fui olhar para as pessoas, só aí, eu vi que eu estava sozinha"| Antônio Bivar

Quem me define
Ouvir| Feita ma Bahia – Maria Bethânia




Diário de Leitura
Livro: A conquista da felicidade 
Autor: Bertrand Russell 
Capitulo: 1 - O que torna as pessoas infelizes



1º Leitura | 31/10/15
O pouco para quem é muito...
Ouvir| Raul Seixas/ Ouro de Tolo





Quando eu comecei a ler este capitulo, me interroguei várias vezes sobre o que é felicidade e infelicidade, na incessante busca de saber o que desencadeia a infelicidade e felicidade nos seres humanos; se a felicidade faz parte do cotidiano ou apenas de algumas horas do cotidiano; as pessoas são felizes e as escolhas infelizes?. Por exemplo; a vida pode ser infeliz, pois ela não segue uma condição sonhada por muitos, família tradicional, saúde, dinheiro, casa própria etc. Mas mesmo assim sou feliz porque tenho a oportunidade em vida de conquistar ainda que para muitos seja tardia esta condição de felicidade almejada.

Guimarães Rosa disse uma vez que “Felicidade se acha é em horinhas de descuido” então quando estamos “descuidados” a infelicidade se faz presente? Talvez sim ou não, como é citado neste capitulo a arte de “ler fisionomias”, nos torna empáticos ou muitas vezes iludidos, pois o que parece ser não é, desta arte cênica de atuarmos dia a dia nos tornamos felizes para uns, infelizes para nós ou vice e versa.

O que você faz para ser infeliz?



2º Leitura | 03/11/15
“Minha Pobreza”

Assistir| Maria's interview - BRAZIL - #HUMAN

Ouvir| Diferenças / Rael da Rima





Reflito com o autor que talvez SIM, a infelicidade tenha sua gênese no sistema social. Partindo dos estudos de grandes sociólogos como Durkheim, Weber e Marx, sobre o coletivo e igualdade entre classes, penso que a infelicidade tenha sua base material retirada deste momento da história. Com isto, é fácil entender que as diferenças sociais ativam a infelicidade anexada à inveja em qualquer ser humano, porém, as condições psicológicas da infelicidade são muito mais incisivas do que a material, pois ela nos cobra 24h. Nossa mente trabalha dia e noite, incessantemente, aliviando e cobrando os nossos impulsos, medos e vontades.
Têm um ditado do escritor Albert Camus que diz “Toda a infelicidade dos homens nasce da esperança”, eu parafrasearia este dito como “ Toda a infelicidade dos homens nasce da desesperança”. Desesperança essa que nos faz sentir-nos de mãos atadas e  cômodos a nossa condição.


3º Leitura | 01/11/15
Infelicidade Enrustida
Ouvir| Modinha para Gabriela/ Gal Costa



Não pare na pista, ande, analise, sinta, seja, todos aqueles que você vê passar pela sua vida. Conseguiria ser empáticos a todos estes andantes? Você teria forças o suficiente para aguentar todos esses “eus”, eus com tristezas ocultas, alegrias exarcebadas, frustrações reprimidas, ansiedades enraizadas, foco excessivo, indiferença excêntrica; seria você capaz de perceber este misto de sentimentos no próximo?
Passamos pela vida em busca da nossa felicidade, do nosso prazer, da nossa alegria. Damos total foco aos nossos problemas, porque “eu” não sei lidar, porque “eu” sou infeliz, porque “eu” sou assim meio Gabriela, e esta concentração em si próprio nos faz  sozinhos neste mar de gente, sendo nós mesmo os únicos a sofrerem os horrores deste mundo que vivemos. Esta condição de infelicidade cotidiana está por toda parte, mas o nosso egoísmo não nos deixa perceber o quanto não estamos sozinhos lutando para se desvencilhar desta cruz que carregamos com as dores do mundo. Não somos os únicos infelizes, somos muitos entre tantos.
                                                                                                               



4º Leitura | 06/11/15
“Ser ou não ser... eis a questão”
Ouvir| Máscara / Pitty



Ao ler este livro foi muito difícil desvincular a infelicidade das comparações. A todo o momento estamos nos comparando com algo ou alguém. Sempre procuramos nos igualar a algo ou alguém. Hoje vivemos para mostrar o que somos o que temos o que teremos e como iremos ter. Com esta marcha globalizada para ao qual caminhamos, é possível confirmar nossas comparações e competições frente ao outro.
A ilusão tomou posse dos nossos propósitos, o que era pra ser lazer tornou-se exibicionismo, o que era pra ser conquista tornou-se competições de egos, o que era pra ser mérito, tornou-se nada mais que um narcisismo intelectual. “A realidade é que precisamos ser “isto” ou” aquilo” para nos mantermos em uma roda de amigos, para mostrarmos as possibilidades de convivência, suportando as mentiras e contradições dos nosso eu, frente ao que poderíamos ser e não somos.

A aceitação é a infelicidade dos egos maus resolvidos.

  

5º Leitura | 02/11/15
“Controlando a minha maluquez, misturada com a minha lucidez”
Ouvir| Maluco Beleza/ Raul Seixas



Para todos lucidez, para mim maluquez. A todo o momento testamos o nosso equilíbrio, medimos as nossas forças e sentimentos em um duelo homérico; a todo o momento nos mostramos como fortes e capazes, desfilamos nossa felicidade... Ah, é claro precisamos mostrar para as pessoas que somos felizes, precisamos mostrar a nossa condição limitada de ser e estar; precisamos nos SENTIR, pertencer a uma classe. A classe dos infelizes que precisam a todo momentos se ajustar ao mundo para serem o que os outros querem.
Lutam, trabalham, amam, para quem? Si próprio ou para os outros? Basta um gole para esta carcaça lúcida se desfazer em exagerados gestos de angústias e mágoas mal resolvidas. Basta o segundo gole para se reconhecer impotente diante de suas fraquezas. Basta o terceiro gole pata termos a certeza de que o muito é pouco.



6º Leitura | 07/11/15
“Não sou nada. Nunca serei nada, não posso querer ser nada.” Álvaro de Campos
Ouvir| Adeus Paulistinha – Tonico e Tinoco



As nossas escolhas estão diretamente ligadas a nossa felicidade ou infelicidade. O peso do certo ou errado tem grande influência no que nos tornamos quando adultos. Eu sempre busquei a minha felicidade, mesmo me sentindo em alguns poucos momentos da vida infeliz. Sempre achei que a infelicidade estava associada à falta de fé e esperança que depositamos nas atitudes ou pessoas. Com o passar dos tempos fui aprendendo que “somos aquilo” que nossa mente perseverou. Então o que os outros acham ou querem pra nossas vidas são vontades somente deles, eu decido o que fazer com cada opinião dada. Às vezes é dado muito valor ao que a sociedade exige, e acabamos perdendo os nossos critérios e sonhos por imposições, que nada contribuem com a nossa felicidade. Por isso é tão fácil encontrarmos pessoas infelizes nos casamentos, trabalho, família etc, pois o que os outros acham ou impõe tem mais valor que os seus próprios valores.



7º Leitura | 08/11/15
Permita-se!
Ouvir| Casa no Campo – Elis Regina



Hoje a leitura me lembrou de como é bom ser simples, de como é bom simplificar pessoas e de ser indiferente ao peso do certo ou errado. Nascemos sendo apontados pelos nossos pais, depois amigos, chefes e todos aqueles que permitimos. Isso é pra você, isto não é, você tem que falar assim, se vestir assim, andar assim, fazer isso, colocar isto, comer aquilo, ficar com ele, trabalhar ali, sentar aqui... Isso, isso, isso... É tedioso ter que viver respeitando os padrões impostos no mundo, pra você não ser julgada e massacrada por mil opiniões. A infelicidade se esconde nessas determinações. As pessoas precisam aprender que todos tem um espaço no mundo e, com certeza elas irão se encontrar e desenvolver suas habilidades de acordo com o seu EU interior.
Ser privado de ser quem realmente é-nos torna refém de um valor excessivo do qual nunca será saciado. Iremos passar a vida querendo satisfazer um vazio que já passou a época. A emoção, expectativa e vibração já não as mesmas que você iria viver se alguém não tivesse reprimido.

Permitir-se e aceitar os desígnios torna a caminhada mais leve e feliz!



8º Leitura | 14/11/15
SER!
Ler| Felicidade Realista – Martha Medeiros

Eu li, palpitei, me contradiz, fiz a última leitura e lembrei-me de um texto da Martha Medeiros que fecha este capítulo, dizendo e contrapondo o tema:

De norte a sul, de leste a oeste, todo mundo quer ser feliz. Não é tarefa das mais fáceis. A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.

Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica, a bolsa Louis Vitton e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito.

É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Por que só podemos ser felizes formando um par, e não como ímpares? Ter um parceiro constante não é sinônimo de felicidade, a não ser que seja a felicidade de estar correspondendo às expectativas da sociedade, mas isso é outro assunto. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com três parceiros, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.

Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.


Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar. É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um game onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo.