terça-feira, 25 de abril de 2017

APS – LITERATURA BRASILEIRA – POESIA


Análise do ensino de Literatura em livros didáticos do ensino médio.






Livro de referência: AMARAL, Emília; FERREIRA, Mauro; LEITE, Ricardo; ANTÔNIO, Severino.
Novas Palavras 2. 2015, 2016, 2017.  Capítulo 2: O Romantismo no Brasil. São Paulo: Editora FTD. 2013.







Angela Panseri - C66ACG9
Cássio Umbelino - C57050-8
Cláudia Andrade - T68847-7

Juliana Elpídio - T74604-3








Análise do Livro Didático: Novas Palavras 2 - Capítulo 2: O Romantismo no Brasil.


O capítulo analisado tem início com dois fragmentos de texto, um de Goethe, inspiração para muitos autores do romantismo, e uma parte da Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, grande autor do romantismo brasileiro. Além disso, a página de abertura é ilustrada pela imagem de uma pintura de Johann Moritz Rugendas, de 1830, intitulada: Paisagem na selva tropical.
A partir desta página inicial já é possível perceber que o livro instrumentaliza o professor para a abordagem dos pontos estruturais do tema a ser estudado, com exemplos que podem levar aos primeiros apontamentos sobre a temática do romantismo, sua origem e inspiração com o exemplo do texto de Goethe, além de autores e obras de destaque como Gonçalves Dias e a Canção do Exílio. A imagem da pintura oferece um caminho para a explicação de que o movimento romântico pode ser percebido também em outras esferas além da literatura, por exemplo, as artes plásticas.
As páginas seguintes intercalam propostas de atividades com fragmentos de novas informações sobre o tema, sempre retomando o conteúdo oferecido inicialmente na página de abertura.
Uma contextualização histórica é oferecida, intercalada com esclarecimentos para a fixação de novo vocabulário e mais conteúdo é acrescentado em excertos e pequenos blocos de texto com diagramação diferenciada.
Nas atividades finais da primeira parte, além de perguntas para a fixação das informações apresentadas, uma “leitura de imagens” é proposta, reforçando assim o entendimento de que o romantismo não se atém somente à literatura.
Percebe-se que no decorrer do capítulo o nível de dificuldade das atividades vai aumentando, o tamanho dos textos aumenta progressivamente e as atividades ficam mais complexas, conforme as fases do romantismo vão sendo apresentadas. Subentende-se que o conhecimento do aluno é incrementado no decorrer do estudo e este domínio vai sendo checado frequentemente pelas atividades e questões presentes, em média a cada duas páginas.
Todo o capítulo é bastante ilustrado, com imagens diretamente ligadas aos textos, em sua maioria, pinturas da época do romantismo relativas aos textos ou retratos dos autores mencionados. As ilustrações podem ser utilizadas para amplificar o debate, oferecendo ao professor a possibilidade de ampliar o debate nos momentos que achar mais útil. Elas também oferecem aos alunos a possibilidade de fixar as informações de uma maneira mais visual, favorecendo assim mais um caminho para a assimilação do conteúdo.
Ilustrações encontradas no livro didático:
(pintura: Paisagem na selva tropical – Johan Moritz. Castro Alves. pintura: A melancolia – Constance-Marie Charpentier)


A diagramação do livro didático oferece os textos em blocos pequenos ou médios, no máximo, considerando o tempo de atenção dos alunos, que tendem a dispersar-se no trabalho com textos muito longos. Não encontramos grandes massas de texto e cores fortes como o vermelho e o azul são utilizadas em títulos e para numerar e dar destaque às atividades.
Segundo a psicologia das cores:
O capítulo termina com um bloco chamado de “Resumindo o que você estudou”, onde o conteúdo é repassado em tópicos curtos que podem funcionar como gatilho para a memorização e a retomada do estudo do tema no futuro. Por fim, uma sequência de atividades propõe questões sobre todo o conteúdo e testa o domínio do tema pelo aluno com questões comparativas entre textos e questões retiradas de edições anteriores do ENEM.


Conclusão:
Julgamos a disposição do conteúdo no material didático analisado aceitável, porém antiquada, pois o formato ainda está distante das tecnologias atuais de transmissão de informação e totalmente desconectado da Era Digital. Certamente as novas gerações percebem um conflito entre o “analógico” do livro didático e a dinâmica digital de smartphones, tabletes e pesquisa on-line. Este conflito se dá até mesmo com outros materiais impressos consumidos pelos alunos como Mangás, HQs e até jogos de RPG, formatos mais ágeis e apelativos para os sentidos dos jovens e que poderiam ser adaptados para conteúdo didático.
     
 

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Atividade Prática Supervisionada




Morfossintaxe Aplicada à Língua Portuguesa - Princípios e Bases.


TERMOS DA ORAÇÃO

Os termos da oração podem ser classificados em três tipos:

1)Termos essenciais da oração

São os termos necessários para a formação das orações. Confiram quais são os termos essenciais:
Sujeito: termo da oração no qual se enuncia alguma coisa;
Predicado: termo da oração que se refere ao sujeito.

2)Termos integrantes da oração

Esses termos integram (completam) o significado dos termos essenciais (sujeito e predicado). Os três termos integrantes da oração são:
Agente da passiva: indica quem praticou a ação de um verbo na voz passiva;
Complemento nominal: completa o sentido do adjetivo, do advérbio ou do substantivo;
Complemento verbal: completa o sentido dos verbos transitivos.

 

3)Termos acessórios da oração

Diferentemente dos termos essenciais, os termos acessórios são necessários em apenas alguns contextos. As funções desses termos são qualificar um ser, exprimir alguma circunstância e determinar os substantivos. A seguir listaremos os termos acessórios:
Adjunto Adnominal: termo que caracteriza, modifica, determina ou qualifica um substantivo;
Adjunto Adverbial: termo que altera o sentido do verbo, do adjetivo ou do advérbio;
Aposto: explica, resumi, enumera ou especifica um outro termo;
Vocativo: utilizado para referir-se ao interlocutor.


Período composto por Subordinação

Existe pelo menos uma oração principal e uma subordinada. A oração principal é sempre incompleta, ou seja, alguma função sintática está faltando. As orações subordinadas desempenham a função sintática que falta na principal: objeto direto, indireto, sujeito, predicativo, complemento nominal...

Ex.: O rapaz gostava / de que todos olhassem para ele.

Oração principal: O rapaz gostava
Oração subordinada: de que todos olhassem para ele.

A oração principal está incompleta, pois falta objeto indireto para o verbo gostar. Sendo assim, a oração subordinada desempenha a função de objeto indireto da principal.

As orações subordinadas subdividem-se em:

Orações subordinadas substantivas 

As orações subordinadas substantivas exercem funções específicas do substantivo: sujeito, objeto, predicativo...


As orações subordinadas substantivas podem ser:

1. Orações subordinadas substantivas objetivas diretas
Exercem a função de objeto direto do verbo da oração principal.

2. Orações subordinadas substantivas objetivas indiretas
Exercem a função de objeto indireto do verbo da oração principal.


3. Orações subordinadas substantivas predicativas
Exercem a função de predicativo do sujeito da oração principal.


4. Orações subordinadas substantivas subjetivas
Exercem a função de sujeito da oração principal.


5. Orações subordinadas substantivas completivas nominais
Exercem a função de complemento nominal da oração principal.


6. Orações subordinadas substantivas apositivas
Exercem a função de aposto de algum nome da oração principal.

Orações subordinadas adjetivas 

1. Restritivas
Exercem a função de adjunto adnominal da oração principal, restringem o nome ao qual se referem e não são separadas por vírgulas.


2. Explicativas
Exercem a função de aposto da oração principal, explicam o nome ao qual se referem e são sempre separadas por vírgulas.


Orações subordinadas adverbiais:

1. Causais

Expressam a causa da consequência expressa na oração principal.

2. Consecutivas
Expressam a consequência, o resultado da causa expressa na oração principal.

3. Proporcionais
Expressam proporção.

4. Temporais
Expressam tempo.

5. Finais
Expressam finalidade, objetivo.

6. Condicionais
Expressam condição, obstáculo.

7. Comparativas
Expressam comparação.

8. Concessivas
Expressam uma concessão.

9. Conformativas
Expressam um acordo, uma conformidade.


As orações desenvolvidas são aquelas nas quais o verbo está conjugado em algum tempo: presente, pretérito e futuro.

Ex.: Esperamos que passe de ano.

As orações reduzidas são aquelas nas quais o verbo está em uma das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.
Ex.: Só sei cantar em italiano.

Orações Coordenadas e Subordinadas

Orações Coordenadas

As orações coordenadas não exercem função sintática umas em relação às outras, ou seja, não apresentam dependência entre elas.
Exemplo de Oração Coordenada Sindética Aditiva
Ela acordou cedo e foi ao parque com as amigas.

Como se pode observar, as orações são independentes do ponto de vista sintático e estão relacionadas através da conjunção e.
As orações coordenadas podem ser classificadas em assindéticas, quando não são introduzidas por conjunção, ou sindéticas, quando são introduzidas por conjunção. Essas ainda são divididas em aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.

Orações Subordinadas

Diferentemente do que acontece com as orações coordenadas, as orações subordinadas apresentam uma dependência sintática em relação à oração principal. Elas são classificadas de acordo com a sua função sintática: oração subordinada substantiva, oração subordinada adjetiva e oração subordinada adverbial.

Orações Subordinadas Substantivas

Normalmente são introduzidas por conjunções subordinadas integrantes e podem fazer o papel de um substantivo nos períodos. Elas são classificadas de acordo com a sua função: subjetiva, completiva nominal, predicativa, apositiva, objetiva direta e objetiva indireta.
Exemplo de Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta
Acreditamos que a jogada do zagueiro foi desleal.

Orações Subordinadas Adjetivas

As orações subordinadas adjetivas exercem a mesma função de um adjetivo, pois modificam um substantivo. Elas são classificadas em dois tipos: explicativas e restritivas.
Exemplo de Oração Subordinada Adjetiva Explicativa
Os alunos, que estudaram pro vestibular, conseguiram boas notas.

Orações Subordinadas Adverbiais

Essas orações exercem a função de adjunto adverbial em relação ao verbo da oração principal. Elas são classificadas em nove tipos: causais, consecutivas, comparativas, condicionais, conformativas, concessivas, finais, proporcionais e temporais.
Exemplo de Oração Subordinada Adverbial Condicional
Se estudar bastante, passará no vestibular da Unicamp.


Angela Panseri – RA:C66ACG-9
Cássio Umbelino – RA: C57050-8
Cláudia Andrade – RA: T68847-7
Juliana Elpídio – RA: T74604-3

terça-feira, 31 de maio de 2016

O que está por trás do “Tchau Querida!”
Angela Panseri, Cássio Umbelino e Cláudia Andrade – UNIP

Resumo: Este artigo se intenta em analisar o jargão “Tchau Querida” usado nas manifestações políticas a favor do impeachment da Presidente Dilma Rousseff. Trata-se de uma análise objetiva de modo a descrever a representatividade e abrangência de uma fala, dentro do gênero capa de revista. Dessa maneira usamos da perspectiva teórica da Análise do Discurso (AD) de linha Francesa, para abarcar a influência desta fala no contexto midiático e digital.

Palavras chave: Tchau Querida; Dilma; Política; Impeachment; Manifestações; Discurso.


Abstract: This article attempts to analyze the jargon "Bye Baby " used in political demonstrations in favor of impeachment of President Dilma . It is an objective analysis to describe the representation and coverage of a speech within the genre magazine cover. In this way we use the theoretical perspective of discourse analysis (AD ) of the French line , to encompass the influence of speech in the media and digital context.

Keywords: Bye Baby ; Dilma ; Policy; impeachment ; Manifestations; Speech.


INTRODUÇÃO

Este artigo analisa o gênero capa de revista que trás como chamada a finalização de uma conversa de cunho político ideológico, do qual serviu de base para a análise deste corpus de pesquisa.
Nosso objetivo é descrever o percurso narrativo de sentido do título e sua repercussão no campo midiático, bem como a configuração desta linguagem na sociedade e nas práticas discursivas.
A Revista Veja da Editora Abril, segundo o IVC ( Instituto Verificador de Circulação), é a revista brasileira com maior tiragem (1.217.882 exemplares), segundo sua tabela de circulação geral de abril /2012.  Ao coordenar sua linha editorial a revista se posiciona muitas vezes como conservadora e de direita, que a faz alvo de criticas por alguns setores e personalidades da sociedade contrárias a sua posição.
Os recursos metodológicos usados para analisar a frase “Tchau Querida”, foi baseado nos fundamentos da Análise do Discurso (AD) de linha francesa bem como suas categorias analíticas de condições de produção, na investigação do contexto sócio-histórico; interdiscursivo; apagamentos e formações discursivas e ideológicas presentes na construção do gênero analisado. Alguns autores desta linha de pensamento como Eni Puccineli Orlandi (2008), José Luiz Fiorin (1998) e Helena Nagamine Brandão (2004), permearam esta análise e guiaram este trabalho com seus fundamentos.
Nesta perspectiva o trabalho divide-se em quatro partes. Na primeira contextualizamos a conversa e a repercussão da fala do gênero revista; na segunda abordamos conceitos básicos das condições de produção da AD; terceiro analisamos as perspectiva relevantes dentro da AD e a aplicabilidade no corpus (capa) e, por fim as considerações finais.

A CONCEPÇÃO IDEOLÓGICA LIGADA A REPERCUSSÃO SOCIAL
Nos últimos meses o Brasil tem vivido grandes turbulências políticas, envolvendo casos de corrupções, crise econômica e um processo de grandes investigações judiciais. De acordo com as investigações conduzidas pelo Juiz Sérgio Moro e uma equipe de procuradores e policiais federais, foi descoberto um esquema de corrupção (Lava Jato), reunindo um conjunto de provas com indícios de irregularidades ligados ao governo da Presidente Dilma Rousseff, que têm como seu aliado o ex-presidente e sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com as investigações as informações levantadas mostraram que o esquema de corrupção atendia aos interesses pessoais e de alguns políticos, do qual o Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB - RJ) é suspeito de participação deste processo.
Como aliados, Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva começaram a  buscar soluções que impedisse uma possível prisão de Lula. Para tanto, Dilma esquematiza uma nomeação ao Lula como Ministro Chefe da Casa Civil, do qual permitia foro privilegiado, sem a intervenção de Juiz federal.
Porém como parte das investigações o juiz Sérgio Moro  quebrou o sigilo das interceptações telefônicas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As conversas gravadas pela Polícia Federal incluem com a presidente Dilma Rousseff, um diálogo que rendeu grande repercussão  nas mídias impressas e digitais, sendo parte desta conversa o nosso foco de análise.

Conversa com Dilma
Dilma: "Alô."
Lula: "Alô."
Dilma: "Lula, deixa eu te falar uma coisa."
Lula: "Fala, querida. Ahn?"
Dilma: "Seguinte, eu tô mandando o 'Bessias' junto com o papel pra gente ter ele, e só usa em caso de necessidade, que é o termo de posse, tá?!"
Lula:  "Uhum. Tá bom, tá bom."
Dilma: "Só isso, você espera aí que ele tá indo aí."
Lula: "Tá bom, eu tô aqui, fico aguardando."
Dilma: "Tá?!"
Lula: "Tá bom."
Dilma: "Tchau."
Lula: "Tchau, querida."

REVENDO A PERSPECTIVA TEÓRICA

Ensina Fiorin:

O discurso são as combinações de elementos linguísticos (frases ou conjuntos constituídos de muitas frases), usadas pelos falantes com o propósito de exprimir seus pensamentos, de falar do mundo exterior ou de seu mundo interior, de agir sobre o mundo. A fala é a exteriorização psicofísico-fisiológica do discurso. Ela é rigorosamente individual, pois sempre um eu que toma a palavra e realiza o ato de exteriorizar o discurso. (FIORIN, 2005, p. 11)

Sabemos que os partidos políticos são grandes armas ideológicas na constituição de um pensamento e posicionamento frente à sociedade. Mais do que falar é de extrema importância identificar a formação discursiva que orienta o jogo de fala no discurso. A frase “Tchau Querida” soou como uma proximidade de um elo político cercado de valores, e práticas ideologicamente já determinados pelo envolvimento interdiscursivo, perceptível na relação ativa de identidade, e subordinação de sujeitos intercambiáveis.

Quando analisamos esta abordagem na capa, percebemos os efeitos ideológicos, numa enunciação influenciável e articulada num conjunto de pressupostos já identificados na posição que a revista se coloca, neste caso a questão de direita política. Portanto para aqueles que já conhecem a estrutura do conteúdo da revista identificará os apagamentos e suas retomadas nos assuntos já estruturados em edições anteriores de forma inconsciente.

Sendo a linguagem um lugar de conflito dentro da sociedade uma vez que se constitui em um contexto histórico social, ela passa a não ser neutra, inocente e natural, e sim, princípio privilegiado para a influência e manifestação ideológica. Segundo Bakhtin a relação discursiva se dá em contato com o outro, numa relação que articula a parte linguística com o social. Neste caso, encontramos na Polissemia, terreno fértil para explanar a frase em análise.
Dentro da Polissemia uma palavra ou frase adquiri novos sentidos, além do seu original, por isso no campo digital a frase “Tchau Querida”, tornou-se alvo de desaprovação para qualquer fato contrário a sua posição. Como a mídia digital tem grande influência na proliferação das informações, a frase se tornou em poucas horas o assunto mais comentado, ficando entre os Trending Topics no Twitter. Esta “caracterização” da ideologia é um forte instrumento de dominação de classes, pois faz com que estas ideias e jargões passem a ser ideias de todos, do que devem pensar, como devem pensar, o que devem valorizar, o que devem sentir, o que devem e como devem fazer, fato este que explica a força da população nas movimentações políticas sociais, materializando estes atos em caráter moldador das ações humanas.




Figura 1: Revista Veja, edição de 11 de Maio de 2016




O DESVELAMENTO NA ANÁLISE DO DISCURSO
O processo de interpelação criado pela revista, induz a uma veracidade dos fatos, quando foi abordado com ênfase o jargão “Tchau Querida” primeiramente como protesto da insatisfação do atual governo, e segundo pelo  seu desejo de uma solução efetiva no que tange a corrupção alastrada pelo país, ou seja, “Tchau Governo”. A formação discursiva regula intrinsecamente a relação de conflito, visto que quando observamos o título da revista, podemos obsevar que a cor vermelha pode ser visto como algo a ser chamado a atenção ou até mesmo como  uma provocação ao Partido dos Trabalhadores (PT) que tem esta cor como bandeira, símbolo de sangue vertido numa luta histórica, que nesta capa pode representar a derrota do seu mandato.
O fundo preto pode remeter a um apagamento histórico de luta confrontada hoje com sua decadência, dando uma alusão ao “fundo do poço”. Podemos pensar também que neste caso a cor preta, simbolize para a própria Revista um período de luto pela situação do qual se encontra.
No topo da página temos a imagem do presidente Lula bem como a chamada “Lula no TOPO DA CADEIA” e logo abaixo Dilma e Cunha. Esse triângulo sugere Lula como comandante do processo de corrupção e os dois subordinados Dilma e Cunha como seguidores e apoiadores deste retrocesso político e sujeira nacional.
O jogo assimétrico hierarquicamente presente na imagem de perfil da Dilma e Cunha, pode representar os dois lados da moeda, uma máscara que ambos utilizam num ato de dualidade de caráter e “honestidade”.
Pêcheux (1975) postula que as formações imaginárias resultam dos processos discursivos anteriores, manifestados nas relações de sentido “na antecipação, o emissor projeta uma representação imaginária do receptor e, a partir dela estabelece suas estratégias discursivas. O que ocorre é um jogo de imagens: dos sujeitos entre si, dos sujeitos com os lugares que ocupam na formação social e dos discursos já ditos com os possíveis e imaginados”. Pensamento este que explica o semblante sério, indicando  uma preocupação dos caminhos a serem tomados e a reputação dentro de uma sociedade democraticamente ativa. Uma questão curiosa seria os cabelos dos dois políticos, que se encontram até se tornarem insinuando uma ligação política de cooperação e união no que tange as tomadas de decisões no âmbito da corrupção.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A nossa intenção foi analisar o jargão Tchau Querida!, de acordo com os critérios estabelecidos na introdução e na fundamentação teórica, utilizando destes recursos a nossa colocação diante do gênero estudado. Durante nossas análises, percebemos a forte influência do conteúdo na posição política dos leitores da revista, bem como sua propagação nos meios digitais. Os artifícios utilizados condizem com as imagens projetas equivalentes aos textos e títulos escolhidos, como forma de sustentação da veracidade da noticia veiculada.
Percebemos que a Revista Veja é carregada de discursos subjetivos e ideologia. Não cabe a nós julgarmos esta visão parcial que a revista oferece, porém é visível a sua posição partidária e o confronto político que há com o partido de esquerda.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
FIORIN, José Luiz. Linguagem e Ideologia. São Paulo, Editota Ática, 1998.
ORLANDI, Eni. P. Método/História. In Discurso e Leitura. São Paulo, Cortez, 2007.
BRANDÂO, H.N. Introdução à análise do discurso. 2ed. Campinas: Editora da UNICAMP, 2004.
Digital

Globo: http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2016/03/pf-libera-documento-que-mostra-ligacao-entre-lula-e-dilma.html