UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP
Trabalho de Atividade Prática Supervisionada
Curso: Letras (Licenciatura em
Português/Inglês)
Disciplina: Linguística Geral
Prof. Helcius Batista Pereira
GERATIVISMO
A corrente de estudos linguísticos
denominados gerativismo, teve seu início a partir dos trabalhos do linguista
Noam Chomsky. Ela foi inicialmente formulada como uma oposição e rejeição ao
modelo behaviorista da linguagem. Modelo este embasado na premissa de que a
linguagem "era um fenômeno externo ao indivíduo, um sistema de hábitos
gerado como resposta a estímulos e fixado pela repetição" (KENEDY, 2008,
p. 128). Ou seja, a linguagem, para os behavioristas, nada mais era do que um
fenômeno dependente do condicionamento social, proveniente da interação social
entre os falantes de uma língua. Chomsky, criticando a visão condicionada da
linguagem, afirmou que todo ser humano era um ser criativo, capaz de construir
frases e ideias novas, jamais proferidas antes, e também aplicando em sua fala
regras gramaticais informais.
Ao contrário dos behavioristas, que
afirmavam ser a linguagem um fenômeno externo, Chomsky afirmou ser ela um
fenômeno interno do falante, uma capacidade genética. Esta capacidade inata foi
denominada como faculdade da linguagem. Portanto, "o papel do gerativismo
no seio da linguística é constituir um modelo teórico capaz de descrever e
explicar a natureza e o funcionamento dessa faculdade, o que significa procurar
compreender um dos aspectos mais importantes da mente humana." (KENEDY,
2008, p. 129).
Ou seja, é a partir do gerativismo que
as línguas deixam de ser interpretadas como sendo resultantes da interação ou
comportamento social, e passam a ser encaradas como uma faculdade mental
natural, permitindo aos humanos desenvolver uma competência linguística.
Segundo Kenedy, no livro Manual de Linguística,
de Martelotta (org.), os gerativistas vêm elaborando diversas teorias com o
intuito de explicar o funcionamento da linguagem na mente humana, procurando
analisar a linguagem de uma forma matemática e abstrata, aproximando-se da
linha interdisciplinar com as ciências cognitivas (estudos da mente humana). A
partir daí, foram construindo-se os modelos teóricos chomskyanos do
gerativismo: a gramática transformacional e a gramática universal.
O primeiro modelo teórico elaborado foi
o da gramática transformacional ou a gramática como sistema de regras que foi
desenvolvido entre as décadas de 60 e 70 do século XX. Chomsky defende que todo
ser humano carrega uma gramática internalizada, uma gramática própria que se
desenvolve tomando com o tempo uma forma. Como por exemplo, uma criança que
observa a fala de um adulto, ela assimila e cria as próprias regras ao falar em
repetição ao que foi observado, ela internaliza a fala do adulto que serviu
como um modelo de regras para a aquisição de sua própria linguagem. Os
behavioristas acreditavam que isso era um processo de imitação externo, porém
os gerativistas afirmam que esse fenômeno nada mais é do que uma gramática
interna que cada falante de uma língua possui dentro de si, em sua mente, que
se desenvolve e toma forma com o tempo. Os gerativistas também procuram
compreender como ocorre na mente dos falantes de uma língua a intuição sobre as
estruturas sintáticas. É um conhecimento implícito em que o falante distingue
frases gramaticais e agramaticais, mesmo sem utilizar os conhecimentos da
gramática normativa. Esse conhecimento inconsciente que o falante possui é
denominado pelos gerativistas de competência linguística que "é o
conhecimento tácito das regras que governam a formação de frases da
língua". (KENEDY, 2008, p. 133)
No início dos anos 80 houve uma
evolução na corrente gerativa, em que a competência linguística deu lugar à
hipótese da gramática universal, que deve ser entendida como:
"o conjunto das propriedades
gramaticais comuns compartilhadas por todas as línguas naturais, bem como as
diferenças entre elas que são previsíveis segundo o leque de opções disponíveis
na própria GU". (KENEDY, 2008, p.135);
Dessa forma, a gramática universal é
formada por regras (princípios) invariáveis que são aplicáveis do mesmo modo
para todas as línguas, e também possuindo "parâmetros de variação,
responsáveis por especificar propriedades variáveis de línguas particulares."
(BERLINCK, AUGUSTO e SCHER, 2001, p. 214).
A linguística gerativa propõe-se, então, a comparar as línguas
humanas, levando em consideração diversos fenômenos ocorrentes nas línguas,
como por exemplo, os fenômenos morfofonológicos e sintáticos, "com o objetivo
de descrever os princípios e os parâmetros da gramática universal que subjazem
à competência linguística dos falantes, para assim, poder explicar como é a
faculdade da linguagem (...)". (KENEDY, 2008, p. 138).
LINGUAGEM A LUZ DO
GERATIVISMO
OBJETIVO:
Transmitir aos alunos as
propriedades universais da linguagem segundo Chomsky (gerativismo).
RECURSOS
METODOLÓGICOS:
Apresentação e explicação de
texto retirado de livro;
Debate a respeito do tema
proposto;
Atividade em sala de aula.
MATERIAL
DE AULA:
Gerativismo
Chomsky acredita que as
propriedades naturais distinguem a língua natural de outras linguagens. Para
ele, essas propriedades já devem ser conhecidas da criança antes do seu contato
com qualquer língua natural, e devem ser adicionadas durante o processo de
aquisição da linguagem.
Chomsky distingue competência de
desempenho. A competência Linguística é a porção do conhecimento do sistema linguístico
do falante que lhe permite produzir o conjunto de sentenças de sua língua; é um
conjunto de regras que o falante construiu em sua mente pela aplicação de sua
capacidade inata para a aquisição da linguagem aos dados linguísticos que ouviu
durante a infância. O desempenho corresponde ao comportamento linguístico, que
resulta não somente da competência Linguística do falante, mas também de
fatores não linguísticos de ordem variada, como: convenções sociais, crenças,
atitudes emocionais do falante em relação ao que dizem, pressupostos sobre as
atitudes do interlocutor etc., de um lado; e, de outro, o funcionamento dos
mecanismos psicológicos e fisiológicos envolvidos na produção dos enunciados. O
desempenho pressupõe a competência, ao passo que a competência não pressupõe
desempenho. A tarefa do linguista é descrever a competência, que é puramente Linguística,
subjacente ao desempenho.
AVALIAÇÃO:
Elaborar um resumo a respeito do
que o aluno entendeu por "Gerativismo".
BIBLIOGRAFIA:
FIORIN, José Luiz. - Introdução à
Linguística: I. Objetos teóricos. 3ª edição. São Paulo: Contexto, 2004.
Alunos: Ângela Almeida Panseri -
RA: C66ACG-9
Nenhum comentário:
Postar um comentário